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Edição das 21h02min de 16 de julho de 2016
A História de uma Nação Alvinegra
1903 a 1908
A fundação de Belo Horizonte e os primórdios do futebol na cidade
Nos primeiros anos deste século, Belo Horizonte tinha uma população de 25.000 habitantes. Fundada em 1897 para ser capital do Estado de Minas Gerais, em substituição a Ouro Preto, a cidade pouco crescera: a crise econômica bloqueou as iniciativas do governo para instalar um comércio e uma indústria que acelerassem o progresso da nova capital.
Mesmo assim a maioria da população morava em torno de um centro urbano, cheio de casas bem construídas, e não demonstrava em seus hábitos e trajes as dificuldades financeiras da época. Haviam escolas, fundaram-se as primeiras faculdades - de Medicina, Direito e Engenharia - e as colônias de estrangeiros começaram a se formar.
Em 1903 chegou à cidade o acadêmico de Direito Víctor Serpa, carioca, recém-chegado da Suíça, onde aprendeu a jogar futebol. Durante seu primeiro ano na cidade ele trabalhou na instalação de um teatro, dirigiu peças e traduziu textos de autores ingleses e franceses. Em 1904 Serpa notou que faltavam diversões na cidade e lembrou-se do futebol, algo que poderia dar certo num lugar tão plano e cheio de estudantes.
No dia 10 de junho, Serpa e dezenas de companheiros fundaram o Sport Club Foot-Ball, primeira associação esportiva de Minas Gerais. O campo foi construído na Rua Sapucaí, perto da antiga estação da Central do Brasil, e no dia 3 de outubro promoveram a primeira partida de futebol na capital, entre dois times do próprio clube: o de Víctor Serpa e o de Oscar Americano. Venceu o de quem sabia mais: o de Serpa, por 2 x 1.
O esporte pegou logo e foram fundados mais dois clubes: o Plínio F. C. e o Club Athlético Mineiro - que não era o Galo de nossos dias. Criaram a Liga de futebol e disputaram o primeiro campeonato, mas o título não foi definido porque as chuvas estragaram o campo, e os jogadores, todos estudantes, entraram em férias. Víctor Serpa voltou então para o Rio, onde morreu em 1905. Mas ele deixara criado e desenvolvido o futebol em Minas, onde outros clubes surgiram nos anos seguintes: Estrada F.C., Juvenil F.C., Viserpa F.C. (em homenagem a Víctor Serpa) e o Brasil F.C. O Athlético passou a chamar-se Athlético Mineiro Foot-Ball Club.
O Nascimento do Gigante Alvi-Negro
O entusiasmo pelo futebol era maior durante o período de aulas. Nas férias, cada um se ocupava de outras coisas e o máximo que se conseguia era armar peladas sem interesse. Alguns clubes, como o Brasil e o Viserpa, desapareceram. O grupo de rapazes descontentes com a situação foi aumentando e os jogos sendo substituídos por passeios dominicais pelo Parque Municipal, para frustração dos que queriam mesmo jogar futebol. Foi então que, liderados por Margival Mendes Leal, Mário Toledo, Raul Fracarolli e Augusto Soares, a turma de rapazes marcou uma reunião sob as árvores do Parque Municipal. No dia 25 de março de 1908 todos mataram aula de manhã e, rapidamente, decidiram fundar um novo clube em Belo Horizonte "para sufocar todos os outros". Nascia o Atlético Mineiro Futebol Clube, herdado o nome do outro Athlético, que já não existia.
Participaram do célebre encontro: Margival Mendes Leal, Sinval Moreira, Mário Neves, Raul e Hugo Fracarolli, Mário Lott, Carlos Maciel, Eurico Catão, João Barbosa Sobrinho, Aleixanor Alves Pereira, Antunes Filho, Mário Toledo, José Soares Alves, Horácio Machado, Augusto Soares, Humberto Moreira, Júlio Menezes Melo e Benjamim Moss Filho. Outros, que não puderam comparecer à reunião, tão logo souberam da fundação do clube aderiram à idéia: Francisco Monteiro, Jorge Dias Pena e Mauro Brochado.
A primeira sede, lembra Mário Lott, um dos fundadores, localizou-se em pequeno espaço de um porão da casa onde residia Vate (Margival Mendes Leal), à Rua Goiás, nos fundos do antigo Palácio da Justiça. Ali se discutiam os problemas e as providências para que o Clube tomasse impulso. Uma dessas dificuldades mais sérias para enfrentar a realidade : conseguir a bola. Lembrou-se então que Ninico Antunes (Antônio Antunes Filho) enviava besouros e outros bichinhos para um seu amigo que residia na França, o qual lhe creditava as importâncias correspondentes às remessas feitas. Aí estava a solução para o sério problema: Ninico pediria ao seu amigo que lhe mandasse uma bola em troca do seu crédito. E isso foi feito. Para a alegria dos atleticanos, a bola chegou da França.
Era uma bola de número 3 e custou, àquela época, onze mil réis.
Os Primeiros Dez Sócios
Os primeiros dez sócios do Clube Atlético Mineiro e suas respectivas funções na época:
1 - Mário Lott, 23 anos, estudante
2 - Mário Neves, 23 anos, funcionário público
3 - Antônio Antunes Filho, 20 anos, funcionário público
4 - Sinval Moreira da Silva, 23 anos, funcionário público
5 - Eurico Catão, 23 anos, farmacêutico
6 - Salesiano Lara, 17 anos, funcionário público
7 - Alfredo C. Lima Júnior, 20 anos, comerciário
8 - Jorge Dias Penna, 20 anos, funcionário público
9 - Gino Panicali, 20 anos, funcionário público
10 - Rodrigo Melo Franco, 20 anos, estudante
1908 a 1912
O desafio dos primeiros jogos
O grupo cresceu e o ponto de encontro era a casa número 317 da Rua Guajajaras, onde morava dona Alice Neves, uma senhora sem qualquer parentesco com qualquer dos rapazes, mas que se tornou a madrinha do novo clube, dando palpites e criando a primeira torcida feminina de futebol no Brasil.
Durante o seu primeiro ano de fundação em 1908, o Atlético não disputou jogos contra outros Clubes. Suas atividades resumiam-se em treinos, dos quais participavam entre outros, os jovens atletas: Jorge Pena, Oscar Maciel, Enrico Catão, Mauro Brochado, Leônidas Fulgência, Raul Fracarolli, Mário Neves, Francisco Monteiro, Mário Lott, Margival Mendes Leal, Horácio Machado, Artur Pinto, Carlos Maciel e Benjamim Moss.
A primeira diretoria não teve descanso. Foi eleita sem contestação: Margival Mendes, presidente; Mário Lott, secretário; e Eurico Catão, tesoureiro. Em seu primeiro ano o Atlético preparou sua equipe, treinada por Chico Neto: Eurico, Mauro e Leônidas; Raul, Mário Toledo e Hugo; Francisco, Mário Lott, Marginal, Horácio e Benjamim. Para a estréia oficial do Atlético, dia 21 de março de 1909, contra o Sport Club, Chico Neto fez três modificações no ataque: Mário Neves no lugar de Francisco, Aníbal Machado no de Mário Lott e Zeca Alves no de Horácio. O técnico deve ter adivinhado: o Atlético venceu o Sport por 3 x 0, gols de Aníbal Machado, Zeca Alves e Mário Neves. O campo do Sport, onde hoje fica a Secretaria da Agricultura, ao lado da estação rodoviária, ficou lotado. E voltou a encher nas duas revanches que o Atlético deu ao Sport. Mais de 3.000 pessoas assistiram a outras vitórias atleticanas: 2 x 0 e 4 x 0. O Sport Club não resistiu. Os nove gols que levou em três jogos foram suficientes para decretar sua morte, e quase todos os seus integrantes passaram para o quadro atleticano, tornando-o mais forte ainda.
Em BH não havia time que se comparasse a ele, cuja primeira derrota demorou muito para acontecer. Foi na primeira partida intermunicipal, no dia 12 de maio de 1912 contra o Instituto Granbery, de Juiz de Fora: 1 x 5. Os atleticanos pediram revanche e perderam novamente: 0 x 3, no dia 7 de setembro, em Juiz de Fora.
As derrotas em nada alteraram a vida do clube, que tratou de formar sua infra-estrutura e ganhou da Prefeitura um terreno para construir seu campo e sede. Ficava na Rua Guajajaras, entre a São Paulo e a Curitiba. Limparam o terreno, taparam os buracos e fincaram as traves. O travessão era uma corda esticada, o gramado tinha tamanho irregular, mas ficou assim mesmo. Nos primeiros dias, roubaram as traves. Margival não gostou e achou melhor escolher outro local. Conseguiu trocar a área de Guajajaras por um quarteirão na Avenida Paraopeba (hoje, Augusto de Lima), entre as ruas Curitiba e Santa Catarina. Mas ali também não durou: o governo do Estado, que também estava-se organizando, requisitou o terreno para a construção da Secretaria da Educação (hoje, Minascentro) e o Atlético passou então a ocupar o campo que foi do Sport Club, ao lado da estação rodoviária.
1913 a 1915
A adoção do nome, "Clube Atlético Mineiro" - a conquista do primeiro campeonato
Foi em assembleia-geral, convocada para a noite de 25 de março de 1913, que os sócios e diretores do Atlético Mineiro Futebol Clube decidiram mudar o seu nome para Clube Atlético Mineiro. E foi com sua nova e importante personalidade que o time disputou o primeiro torneio inter-clubes, organizado pela recém-fundada Liga de Futebol de Belo Horizonte. O vencedor receberia o rico troféu "TAÇA BUENO BRANDÃO", nome dado ao troféu em homenagem ao Governador do Estado. Os jogos tiveram os seguintes resultados:
05/07/1914 - Atlético 2 x 0 Yale
12/07/1914 - Atlético 3 x 0 América
19/07/1914 - Atlético 0 x 0 Yale
02/08/1914 - Atlético 1 x 0 América
16/08/1914 - Atlético 2 x 0 Combinado América e Yale
O Atlético foi o campeão invicto do torneio. Disputou cinco jogos, venceu quatro. Marcou 8 tentos e não sofreu nenhum. Era o primeiro título conquistado. Outros viriam, bem maiores, em grande número, consagrando o maior clube de Minas Gerais.
O Primeiro Campeonato Mineiro
Em 28 de janeiro de 1915, foi fundada a LMEA (Liga Mineira de Esportes Atléticos), que nesse mesmo ano organizou o primeiro campeonato da cidade de Belo Horizonte. A capital contava com cinco equipes de futebol inscritas para o importante certame. Clube Atlético Mineiro, América, Yale, Higiênicos e Cristóvão Colombo.
As partidas foram realizadas em turno e returno, e coube ao Clube Atlético Mineiro a conquista do primeiro título de campeão em nosso Estado.
Os jogos desse campeonato apresentaram os seguintes resultados:
1° turno:
11/07/1915 - Atlético 5 x 0 Yale
25/07/1915 - Atlético 2 x 2 América
29/08/1915 - Atlético 4 x 0 Higiênicos
05/09/1915 - Atlético 0 x 1 Cristóvão Colombo
2° turno:
12/09/1915 - A equipe do Higiênicos não compareceu ao jogo e perdeu os pontos.
26/09/1915 - Atlético 3 x 1 Yale
03/19/1915 - Atlético 2 x 1 América1
24/10/1915 - Atlético 4 x 0 Cristóvão Colombo
1 - O América deixou o campo aos cinco minutos do 2° tempo.
Foram, portanto, sete partidas, com cinco vitórias, um empate e uma derrota. O Clube Atlético Mineiro assinalou 20 gols e sofreu apenas 5. Seus artilheiros foram Meireles com 7 gols, Matos com 5 gols, Paula Dias com 3 gols, Morethzon, Curthbert, Guimarães, Lé e Rose, com 1 gol cada.
Os primeiros campeões de Belo Horizonte pelo Clube Atlético Mineiro: Ferreira, Morethzon, Leon, Sigaud, Lé, Testi, Paula Dias, Lott, Meireles, Matos, Rose, Curthbert, Guimarães, Coutinho e Guido.
1916 a 1925
A formação do caráter atleticano
Nos anos seguintes, de 1916 até 1925, a equipe alvinegra não conquistou campeonatos regionais. Coube ao América, vencer todas as edições de campeonato neste período, perfazendo um total de 10 conquistas consecutivas. Um recorde que jamais seria igualado no estado.
Em 1918, a Liga Mineira de Esportes Atléticos passou a denominar-se Liga Mineira de Desportos Terrestres. Vale recordar que, nessa época, os jogos eram realizados no Prado Mineiro, cuja praça de esportes era localizada em um amplo terreno com frente para a Rua Diabase, tendo de um lado a Rua Platina e de outro a Rua dos Pampas. Nesse mesmo local funcionaram exposições, campo de aviação, pistas para corridas de cavalos, instalando-se ali, mais tarde, a sede do Departamento de Instrução da Polícia Militar.
Nesse período o Clube Atlético Mineiro realizou 134 partidas, das quais venceu 68, empatou 44 e perdeu 22. Isso refletiu o caráter vitorioso que seria a tônica da existência do Clube. Durante esses dez anos a equipe alvinegra contava em suas fileiras com os seguintes jogadores:
1916 - Ferreira Morethzon, Jorge Pena, Moura Costa, Leon, Sigaud, Lé, Alfredo Coutinho, Afonso Coutinho, Romeu, Tedinho, Lott, Zauli, Carlos Andrade, Condorcet, Cuthbert, Matos e Testi.
1917 - Felicíssimo, Moura Costa, Leon, Sigaud, Testi, Minotti, Lé, Afonso Coutinho, Labruna, Osman, Titita, Lott, Quatinho, Cezarino, Ramiro, Santiago, Eudóxio, Carabetti, Ricaldoni, Américo, Nocci, Alfredo Coutinho, Jorge Pena, Tedinho e Romeu.
1918 - Felicíssimo, Bretas, Quetinho, Fernando, Testi, Ivo, Rui Franco, Doquinha, Osman, Hernani, Lott, Eudóxio, Moura Costa, Camardelli, Alonso, Afonso Coutinho, Gondim, Selmi Dei, Ramiro, Santiago, Cesarino, Alfredo Coutinho e Titita.
1919 - Felicíssimo, Morethzon, Quetinho, Rodrigues, Amaral, Inácio, Manso, Lott, Afonso Coutinho, Gondim, Buzzato, Vanderlei, Levi, Veloso, Titita, José de Deus, Doquinha, Moura Costa, Nem, Atílio, Leon, Testi, Ramiro, Jorge Pena, Alfredo Coutinho e Minotti.
1920 - Felicíssimo, Furtadinho, Quetinho, Afonso Coutnnho, , Fernando, Danton, Moraes, Titita, Hermann, Gondim, Testi, Camardelli, Joanésio, Zauli, Veloso, Machado, Zica, Arlindo, José de Deus, Buzzato e Morethzon.
1921 - Vavá, Furtadinho, Álvaro, Fernando, Teófilo, Eduardinho, Burjato, Zica Filho, Doquinha, Hernani, Afonso Coutinho, Tuffy, Titita, Scoralick, Leon, Danton, Afonso Lamounier, Felicíssimo, Rui Franco, Morgan e Minotti Mucelli.
1922 - Odilon Behrens, Furtadinho, Pequito, Eduardinho, Porfírio, Ivo Manso, Artur, Zica Filho, Titita, Paiva, Felicíssimo, Minotti, Dias Coelho, Alceu, Fernando, Orsi, Reui Franco, Burjato, Morgan, Gondim, Zauli, Otávio, Tula, Afonso Lamounier, Levi, Larite e Pedro Arges.
1923 - Mário Furtado, Monte Raso, Minotti, Alderico, Ivo, Mário Viana, Artur, Manso, Felicíssimo, Zauli, Rosa, Fernando, Jair, Quetinho, Dias Coelho, Said, Titita, Furtadinho, Amilcar, Fileto, Afonso Lamounier, Moreira e Levi.
1924 - Fileto, Brande, Machadinho, Nereu, Tavico, Levi, Gondim, Bráulio, Larite, Tula, Cardosinho, Orvile, Franco, Guerra, Behrens, Alderico, Felicíssimo, Manso, Minotti, Morgan, Said, Burjato, Felicíssimo, Hernani, Titita, Furtadinho, Zica Filho, Camardelli, Dirceu e Amilcar.
1925 - Oswaldo, Brant, Lage, Tuffy, Ivo, Nereu, Zica Filho, Camardelli, Franco, Felicíssimo, Amaral, Braúlio, Larite, Tula, Mateus, Said, Mário de Castro, Gaúcho e Jasminor.
O Atlético firmava-se como time do povo, ao contrário de outros, como o América, por exemplo, que tinha um bom time de futebol mas não permitia o ingresso de qualquer um: apenas estudantes - de Medicina, de preferência - ou ricos. O Yale, por sua vez, era o clube preferido dos italianos, que não gostavam de se misturar.
Assim, não havia barreiras para o Atlético crescer, e ele de fato cresceu. Tanto que passou a ser convidado a jogar em outras cidades, coisa rara na época. Tudo isso, associado ao seu caráter popular, permitiria um fantástico salto da equipe para os gloriosos e inesquecíveis anos que estariam por vir.
1926 a 1930
Primeiro bicampeonato estadual
Com enorme facilidade, o Atlético venceu o campeonato de 1926. Os resultados oficiais do certame foram os seguintes: o Atlético disputou 10 jogou. Ganhou os pontos frente ao Calafate. Obteve 8 vitórias, sofreu uma derrota e obteve um empate. Ganhou 19 pontos e perdeu 3. Marcou 42 tentos e sofreu 19. Salto positivo: 23 tentos.
Os artilheiros do Atlético foram os seguintes: Mário de Castro (20), Getúlio (9), Gondim (5), Cardosinho (3), Getulinho (2), Chiquinho, Ruy e Said (1 cada).
Os campeões pelo Atlético foram: Osvaldo, Chiquinho, Joanésio, Alemão, Romeu, Ivo, Franco, Gastão, Pinho, Djalma, Cícero, Ruy, Getúlio, Mário de Castro, Gondim e Cardosinho.
Repetindo o feito espetacular de 1926, o Galo ganhava, também, o certame de 1927. Ao todo foram 12 jogos, com 10 vitórias, 1 empate e apenas uma derrota. A equipe conquistou 21 pontos e perdeu apenas 3. Foram marcados 58 gols e sofridos 18. Novamente, o alvinegro conquistou a artilharia da competição, através de Mário de Castro. O goleador atleticano marcou 27 gols, seguidos de Said (13), Jairo (9), Getúlio (5), Getulinho (3) e Ivo (1).
Os bicampeões da cidade: Osvaldo, Ruy Lage, Chiquinho, Brant, Franco, Ivo, Hugo, Getulinho, Said, Jairo, Mário de Castro, Getúlio, Evandro, Cardosinho, Binga e Alemão.
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