Estádio Antônio Carlos: mudanças entre as edições
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A diretoria do Clube Atlético Mineiro realizou em [[1926]] uma permuta com a Prefeitura de Belo Horizonte em busca de novos horizontes para o Clube. Trocou-se o campo da Av. Paraopeba (campo cedido ao Atlético pela Prefeitura de Belo Horizonte) pelo quarteirão n° 13 da 9ª seção urbana (onde se localiza o bairro de Lourdes, atualmente), limitando-se com as ruas Gonçalves Dias, Rio Grande do Sul, Bernardo Guimarães e Av. São Francisco (hoje, Av. Olegário Maciel). A região ainda era deserta naquela época e, além da troca, o Atlético ainda recebeu uma indenização em dinheiro. Os entendimentos com a Prefeitura foram conduzidos pelo então Presidente do clube, [[Alfredo Furtado de Mendonça]]. A escritura de permuta dos terrenos foi oficializada em [[22 de Janeiro|22 de janeiro]] de [[1926]], autorizada pela Assembleia Geral Extraordinária de Associados de [[13 de Janeiro|13 de janeiro]] de [[1926]], na então Sede do Clube Atlético Mineiro na Av. Afonso Pena. | |||
Em [[1928]], na gestão de [[Leandro Castilho Moura Costa]], o projeto de ter um estádio próprio começou a se transformar em realidade. Foram iniciadas as obras de construção do estádio sob a direção do engenheiro Alvimar Carneiro de Rezende, como construtor, uma das figuras mais respeitadas na época, com a ajuda, três anos depois, de trezendos mil réis do então Governador do Estado de Minas Gerais Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, para finalizar a obra. <br> Além da ajuda financeira, o governador Antônio Carlos colocou engenheiros, técnicos e operários do Estado à disposição do Atlético. Por causa desta ajuda fundamental, o Estádio foi batizado com o nome do governador. | |||
Em [[25 de Outubro|25 de outubro]] de [[1929]] houve a retificação da Escritura de Permuta entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o CAM. Foram alteradas cláusulas mencionando condições impostas e assumiu-se, por parte da Prefeitura, o compromisso de auxiliar o Clube nos serviços necessários à conclusão das obras do Estádio do Clube Atlético Mineiro. | |||
==== A Inauguração ==== | |||
Dotado de excelentes instalações para época, o estádio foi inaugurado em [[30 de Maio|30 de maio]] de [[1929]] como sendo um dos mais importantes estádios do Brasil. Para o jogo de inauguração, o Atlético convidou um dos times de maior destaque no futebol nacional, o [[Corinthians-SP|Sport Club Corinthians Paulista]]. | |||
[[Imagem:19290530_JG_COR-SP_001_970.jpg|350px|thumb|Inauguração do estádio]] | |||
O estádio foi oficialmente inaugurado às 15h30 pelo então Governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrade. | |||
Assim que pisou no gramado, Antônio Carlos recebeu dos torcedores uma consagradora manifestação de apreço e gratidão pela ajuda decisiva para que o Atlético pudesse, enfim, ter seu próprio estádio. E coube à filha de Antônio Carlos, Luizita, o pontapé inicial do jogo logo após o batismo do campo. Bicampeão paulista, o Corinthians era considerado o favorito da partida e as trinta mil pessoas presentes não lhe negavam esse favoritismo. | |||
Quando o árbitro paulista César Nunes iniciou o jogo, o Corinthians foi logo à frente. Aos 18 minutos, Valeriano marcava o primeiro gol no estádio a favor dos paulistas. O empate veio aos 35 minutos num gol de Mário de Castro e o primeiro tempo terminou empatado em 1x1. | |||
No segundo tempo de jogo, Mário de Castro voltou a marcar e quando Said assinou o terceiro gol o delírio tomou conta dos torcedores. O jogo pegou fogo quando Mário de Castro ampliou o placar para 4x1 e, quando De Maria diminuiu para 4x2, ninguém esperava mais nada dos corinthianos. | |||
Para a partida inaugural do Estádio foram escalados os seguintes jogadores: | |||
'''Atlético''' - Osvaldo; Chiquinho e Binga; Cordeiro, Brant e Ivo; Dalmy, Said, [[Jairo de Assis Almeida|Jairo]], [[Mário de Castro]] e Geraldino. | |||
[[Corinthians-SP]]: Tuffy; Grané e Del Debbio; Nerino, Amendoim e Bastos; Aparício, Peres, Valeriano, Rato e Dé Maria. | |||
Foi um dia de festa e de muita comemoração para os atleticanos. Se não bastasse a inauguração do estádio, a vitória do Atlético sobre o time campeão paulista marcava o início de glórias no Estádio Antônio Carlos. | |||
==== A Iluminação ==== | |||
O Estádio Antônio Carlos possibilitou aos belo-horizontinos assistir a um jogo de futebol noturno pela primeira vez. | |||
A inauguração da iluminação do Estádio, que contou com a presença de Jules Rimet, até então Presidente da FIFA, aconteceu no dia [[9 de agosto]] de [[1930]] com a vitória do Atlético sobre o Sport-MG por 10 a 2. | |||
Em [[26 de novembro]] de [[1929]], o prefeito Dr. Christiano M. Machado abriu um crédito especial de trezentos e cinquenta contos de réis para indenização ao CAM de concessões pela Prefeitura de Belo Horizonte. | |||
== Ficha == | == Ficha == | ||
'''Nome''': Estádio Antônio Carlos<br> | |||
'''Apelido''': Estádio de Lourdes ou Antônio Carlos<br> | |||
'''Inauguração''': [[30 de Maio|30 de maio]] de [[1929]]<br> | |||
'''Capacidade''': 5.000 pessoas<br> | |||
'''Localização''': Belo Horizonte-MG {{MGb}}, Brasil {{BRAb}}<br> | |||
== Estatísticas == | == Estatísticas == | ||
=== Retrospecto Geral === | |||
=== Retrospecto contra os adversários === | |||
=== Primeiro Jogo === | |||
[[30 de Maio|30/05]]/[[1929]] - [[192907 Atlético 4 x 2 Corinthians-SP|Atlético 4 x 2 Corinthians-SP]] | |||
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Edição atual tal como às 20h36min de 12 de agosto de 2021
História
A Construção
A diretoria do Clube Atlético Mineiro realizou em 1926 uma permuta com a Prefeitura de Belo Horizonte em busca de novos horizontes para o Clube. Trocou-se o campo da Av. Paraopeba (campo cedido ao Atlético pela Prefeitura de Belo Horizonte) pelo quarteirão n° 13 da 9ª seção urbana (onde se localiza o bairro de Lourdes, atualmente), limitando-se com as ruas Gonçalves Dias, Rio Grande do Sul, Bernardo Guimarães e Av. São Francisco (hoje, Av. Olegário Maciel). A região ainda era deserta naquela época e, além da troca, o Atlético ainda recebeu uma indenização em dinheiro. Os entendimentos com a Prefeitura foram conduzidos pelo então Presidente do clube, Alfredo Furtado de Mendonça. A escritura de permuta dos terrenos foi oficializada em 22 de janeiro de 1926, autorizada pela Assembleia Geral Extraordinária de Associados de 13 de janeiro de 1926, na então Sede do Clube Atlético Mineiro na Av. Afonso Pena.
Em 1928, na gestão de Leandro Castilho Moura Costa, o projeto de ter um estádio próprio começou a se transformar em realidade. Foram iniciadas as obras de construção do estádio sob a direção do engenheiro Alvimar Carneiro de Rezende, como construtor, uma das figuras mais respeitadas na época, com a ajuda, três anos depois, de trezendos mil réis do então Governador do Estado de Minas Gerais Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, para finalizar a obra.
Além da ajuda financeira, o governador Antônio Carlos colocou engenheiros, técnicos e operários do Estado à disposição do Atlético. Por causa desta ajuda fundamental, o Estádio foi batizado com o nome do governador.
Em 25 de outubro de 1929 houve a retificação da Escritura de Permuta entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o CAM. Foram alteradas cláusulas mencionando condições impostas e assumiu-se, por parte da Prefeitura, o compromisso de auxiliar o Clube nos serviços necessários à conclusão das obras do Estádio do Clube Atlético Mineiro.
A Inauguração
Dotado de excelentes instalações para época, o estádio foi inaugurado em 30 de maio de 1929 como sendo um dos mais importantes estádios do Brasil. Para o jogo de inauguração, o Atlético convidou um dos times de maior destaque no futebol nacional, o Sport Club Corinthians Paulista.
O estádio foi oficialmente inaugurado às 15h30 pelo então Governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrade. Assim que pisou no gramado, Antônio Carlos recebeu dos torcedores uma consagradora manifestação de apreço e gratidão pela ajuda decisiva para que o Atlético pudesse, enfim, ter seu próprio estádio. E coube à filha de Antônio Carlos, Luizita, o pontapé inicial do jogo logo após o batismo do campo. Bicampeão paulista, o Corinthians era considerado o favorito da partida e as trinta mil pessoas presentes não lhe negavam esse favoritismo. Quando o árbitro paulista César Nunes iniciou o jogo, o Corinthians foi logo à frente. Aos 18 minutos, Valeriano marcava o primeiro gol no estádio a favor dos paulistas. O empate veio aos 35 minutos num gol de Mário de Castro e o primeiro tempo terminou empatado em 1x1.
No segundo tempo de jogo, Mário de Castro voltou a marcar e quando Said assinou o terceiro gol o delírio tomou conta dos torcedores. O jogo pegou fogo quando Mário de Castro ampliou o placar para 4x1 e, quando De Maria diminuiu para 4x2, ninguém esperava mais nada dos corinthianos.
Para a partida inaugural do Estádio foram escalados os seguintes jogadores:
Atlético - Osvaldo; Chiquinho e Binga; Cordeiro, Brant e Ivo; Dalmy, Said, Jairo, Mário de Castro e Geraldino.
Corinthians-SP: Tuffy; Grané e Del Debbio; Nerino, Amendoim e Bastos; Aparício, Peres, Valeriano, Rato e Dé Maria.
Foi um dia de festa e de muita comemoração para os atleticanos. Se não bastasse a inauguração do estádio, a vitória do Atlético sobre o time campeão paulista marcava o início de glórias no Estádio Antônio Carlos.
A Iluminação
O Estádio Antônio Carlos possibilitou aos belo-horizontinos assistir a um jogo de futebol noturno pela primeira vez. A inauguração da iluminação do Estádio, que contou com a presença de Jules Rimet, até então Presidente da FIFA, aconteceu no dia 9 de agosto de 1930 com a vitória do Atlético sobre o Sport-MG por 10 a 2.
Em 26 de novembro de 1929, o prefeito Dr. Christiano M. Machado abriu um crédito especial de trezentos e cinquenta contos de réis para indenização ao CAM de concessões pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Ficha
Nome: Estádio Antônio Carlos
Apelido: Estádio de Lourdes ou Antônio Carlos
Inauguração: 30 de maio de 1929
Capacidade: 5.000 pessoas
Localização: Belo Horizonte-MG , Brasil
Estatísticas
Retrospecto Geral
Retrospecto contra os adversários
Primeiro Jogo
30/05/1929 - Atlético 4 x 2 Corinthians-SP
Último Jogo
07/06/1968 - Atlético 3 x 0 Seleção Cidade Industrial-MG